quinta-feira, 4 de setembro de 2008

11 - DEVO AO MEU DEUS

(Em frente ao nosso antigo apartamento de praia, em Gonzaguinha,
São Vicente, 1985)
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Tudo isto eu devo a Deus.

Se eu tenho saúde, se os meus olhos enxergam, se consigo falar, ouvir,
cheirar e me locomover; se os meus ossos são saudáveis e o meu apetite
normal; se a minha digestão é tranqüila e os meus rins e intestino
funcionam, devo isso ao meu Deus.

Se nasci num lar razoável, se tive um pai e uma mãe; se não me faltou um
teto onde abrigar-me, e se tive um café todas as manhãs; se tive uma
bicicleta para brincar com o meu pai e com os amigos, ou se pude freqüentar
uma escola e ser alfabetizado, devo isso ao meu Deus.

Se consegui desenvolver-me no saber, completando o primário, ginásio,
colégio, os atuais ensinos básico e médio, se pude completar um vestibular e
estudar numa faculdade; se tive professores que me orientaram com sabedoria
e se a minha inteligência funcionou adequadamente, devo isso ao meu Deus.

Se consegui trabalhar desde cedo, aprendendo a dar valor àquilo que se
ganha; se tive que suar a camisa e vencer as difíceis conduções da cidade
grande, pegando ônibus e trens lotados; se almocei muitas vezes no OSMAR (OS
MARMITEIROS...), se comi um PF(prato feito/comercial) todos os dias da
semana; se economizei para poder comprar roupas ou me preparar melhor; se
fiz horas extras para completar o orçamento, se cursei algo que me fez
galgar degraus profissionais, devo isso ao meu Deus.

Se encontrei um grande amor, se pude ser correspondido e se o nosso
relacionamento vingou; se nós noivamos e nos casamos e, mesmo com
dificuldades, estabelecemos uma família; se pude ser pai e ver meus rebentos
brincando saudáveis; se conseguimos sobreviver numa época tão difícil e
ainda houve tempo para um passeio na praça ou uma sessão de cinema no
shopping, devo isso ao meu Deus.

Se o meu coração amoleceu-se ante a mensagem do Evangelho, se eu cri em
Jesus Cristo, se eu me arrependi dos meus próprios pecados e decidi seguir a
Jesus; se eu aceitei ser batizado e comprometi-me com o exercício dos dons e
talentos que o Espírito Santo me deu; se eu pude levar alguém aos pés do
Salvador e outras pessoas se inspiraram em minha vida, devo isso ao meu
Deus.

Se tive forças para enfrentar as provações e as dificuldades, as doenças e a
morte de pessoas a quem eu amava; se eu consegui superar as minhas
incapacidades, e tornar-me vencedor em cada uma de minhas limitações; se eu
consegui consolar-me de um amor perdido ou de um sonho desvanecido, se
consegui erguer a cabeça, sacudir a poeira e dar a volta por cima, devo isso
ao meu Deus.

Se tudo isso eu devo ao meu Deus, como é que vou viver cheio de orgulho,
pensando que eu de mim sou alguma coisa, que sou melhor do que os outros,
que sou mais importante que alguém, que fama, dinheiro e poder têm alguma
coisa a ver com uma capacidade puramente inata? Se o Senhor não estivesse ao
meu lado, me concedendo força, sabedoria, oportunidade e portas abertas, eu
não seria nada, nem teria nada.

Israel passou à seco pelo Mar Vermelho, coisa que só pôde fazer porque Deus
abriu o mar. Eles comeram por quarenta anos o Pão dos Céus, no meio do
areião do deserto, e isso foi milagre do Senhor; caso contrário, estariam
todos servindo de pó para o vento. Quando conquistaram Jericó, o fizeram no
grito, e bem sabemos que Deus fez o resto, isto é, 99% da batalha; se
dependessem de seus gritos, teriam estourado as cordas vocais e sido
massacrados pelo inimigo. Gideão ganhou a batalha com 300 homens sem
espadas, e Samaria teve comida da noite para o dia, nos tempos de Eliseu.

Então pra quê ser orgulhoso? Por que ser pedante? Pra quê ter queixo
erguido? Por que mudar o meu jeito, tornando-me metido e cheio de mim mesmo?
Tudo o que tenho, tudo o que sou, tudo o que sinto, tudo o que planejo e
tudo o que realizo, tudo isso eu devo ao meu Deus! Então, que eu seja
humilde o bastante para reconhecer que nada vem de mim, tudo vem dEle, e que
a maneira mais bonita de agradecer por tudo que tenho, é estendendo a mão,
sorrindo para o próximo, sendo humilde para com todos, gentil e cordato,
educado e cavalheiro, correto e magnânimo, simpático e carinhoso, consagrado
e caridoso.

Afinal, se eu sou um ser vivo, e se existo, até isso devo ao meu Deus.

Obrigado, meu Deus!

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
bnovas@uol.com.br
www.uniaonet.com/bnovas.htm

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