quinta-feira, 4 de setembro de 2008

18 - ELE VIU

(Eu e a minha futura esposa Elaine)
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Deus viu.

Deus viu você no ato de sua concepção. Ele viu cada célula se multiplicando,
cada molécula, cada milagre de partição na geração da vida. Seu DNA ele
conhecia decór e salteado. E exultou, quando fortaleceu a sua mãe, durante
toda a gestação.

Deus viu você nascer. O instante mágico, em que você saiu do ventre dela,
quando respirou o primeiro ar, deu o primeiro choro, bocejou de sono, mamou,
abriu os olhinhos, vestiu as primeiras roupinhas, carimbou o papel com as
digitais do pezinho, tomou o primeiro banho, usou o primeiro talco, em todos
esses momentos, Ele estava ali, com você, acompanhando e festejando a
criação maravilhosa que permitira!

Deus viu você crescer. Viu quando aprendeu a brincar, a correr, a andar de
bicicleta, a comer comidas esquisitas (verduras e legumes), viu as primeiras
palmadas e também as primeiras medalhas. Deus viu sua estréia na creche, e
no pré-primário, e no ensino fundamental. Viu seu choro ao ter que ficar sem
a mamãe, e viu a alegria, quando ela voltava para buscá-lo. Deus viu a
alegria do presente de Natal, e também a felicidade da viagem de férias,
quando o papai levava a família para a praia ou para o campo. Sim, apesar de
não ser visto com os olhos normais, Ele estava lá, presente, sendo
testemunha de tudo!

Deus viu você amar. Ele viu a primeira vez em que olhou para a menina da
escolinha e sentiu o coração bater mais forte. Viu quando você ganhou o
primeiro beijo, no rosto, nossa, que sensação de vergonha, calor e alegria!
E você era tão pequeno! E você, menina, Deus viu os seus olhinhos brilharem
quando aquele garoto brincava com a molecada ou quando ele vinha irritar
você, agarrando em seu pescoço e saindo correndo. Deus viu quando você se
vestiu bonita para poder sentar-se ao seu lado. E viu quando, pela primeira
vez, amou alguém. E Deus sorriu, feliz por ter colocado em seu coração tão
grande doçura e ternura!

Porém, Deus também viu você virar um pecador. Ah, esse virus maldito,
alojado em nossa essência, em nosso DNA espiritual, sempre acorda, desperta
e mata a pureza, trazendo feiura e sujeira ao que dantes era lindo e puro.
Deus viu a primeira vez que você odiou, viu o surgimento do egoísmo, viu a
primeira mentira, o primeiro insulto, a primeira trama, a primeira transa
fora do casamento, a malvadeza, o primeiro porre, o primeiro cigarro, ou até
os tóxicos. Deus viu. Deus sentiu. Deus sofreu.

Mas Deus também viu quando você conheceu o que Ele havia feito por você. Viu
o dia quando um evangelista lhe trouxe um folheto, uma bíblia, um cd, uma
mensagem, um apoio, e lhe apresentou Jesus Cristo, o Filho de Deus, que
morrera na cruz e ressuscitara, para matar o pecado dentro de você, e
garantir-lhe vida eterna. Deus viu o quanto fora difícil para você
convencer-se de que era pecador, mas deu uma força enorme lá dentro, lá na
sua mente, para convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo, e fazer você
não só saber, mas sentir e crer. E foi ali, com essa ternura criativa, que
Deus ajudou você a converter-se. Foi naquele lindo dia, em que você chorou,
confessando a Cristo e desejando segui-lo, que Deus lhe deu um novo coração,
uma nova vida, que limpasse e purificasse o que o pecado turbara.

Deus viu.

Ele viu!

Ele sempre viu e esteve com você!

E agora você o deixou. Você, que tornou-se tão feliz com Cristo, que buscava
amá-lo e servi-lo a cada dia, que cantava e tocava para Ele, que falava do
seu amor e buscava estar sempre ativo no meio das pessoas que também o
amavam, agora o abandonou. Você simplesmente o rejeitou na prática, ainda
que mantenha uma aparência mínima de cristão. Ele sabe que você não o ama
mais. Ele sabe que você não o busca mais. Ele sabe que você rompeu toda a
relação com Ele, e que só se lembra dele para criticá-lo ("por que não me
deu isso? Por que permitiu aquilo? Por que não me deixou em paz? Por que Ele
não desaparece e para de me cobrar?")

Ele vê que você o considera um estorvo, um apêndice, um alguém descartável
(para não dizer desprezível...). Hoje, até aqueles que antes eram seus
irmãos, amigos mesmo, se tornaram inoportunos para você. A simples presença
deles já lhe enerva e incomoda.

E Ele só fez amá-lo! O melhor que tinha, Ele fez por você: criou-o. E agora
você o pune por isso! Ele deu o próprio filho dele, para sofrer em seu
lugar, e hoje você o quer longe, para poder viver do jeito que quiser, em
franca rebeldia e oposição!

O que foi que Deus lhe fez, para você estar aí, perdido, com cara e coração
rebelados? É justo estar assim? É justo ter jogado a sua bíblia no lixo, ou
na caixa em cima do guarda-roupa? É certo abandonar a igreja e buscar
diversão na pista de dança, na garrafa de cerveja e na permissividade e
libertinagem sexuais? Como você se sentiria, se fosse o seu filho que
fizesse isso com você? Você conhece a dor do desprezo de um filho? Não? Ou
talvez já até conheça, mas não quer aceitar que é essa dor que Deus sente
por um discípulo que se faz "filho pródigo".

Mas, mesmo assim, Ele não lhe abandonou. Ainda lhe acompanha; às vezes de
longe, porque você não o aceita mais. Às vezes só com um olhar paternalmente
terno, mas não mais como um partícipe de suas realizações. Não porque não
queira, mas porque você não apenas o rejeita, mas faz tudo aquilo que Ele
disse para não fazer. Ele escolheu deixar você livre para escolher; ainda
que, em Sua soberania, pudesse transformar você num ser inexistente. Para
Ele, isso não resolveria; Deus ainda espera ser amado por você
espontaneamente. Ele não desistiu de você...


Olhe para Ele.

Olhe para Seu Filho, cravado na cruz do Calvário, com uma coroa de espinhos
na cabeça, pregos enormes em suas mãos e pés, sangue, mosquitos e
inflamações na pele, pelas chibatadas que ganhou. Olhe. Veja, aqui do pé da
cruz. Contemple-o. Está vendo? Ele está aí por você! E, mesmo que você
esteja rejeitando-o, Ele ainda não se arrepende de ter feito isso.
Simplesmente porque lhe amou, como amou! Ainda que tivesse vindo ao mundo
única e exclusivamente por sua causa, Ele teria vindo, e consideraria ter
valido à pena!



Agora olhe-o ressuscitado. Veja que vestes resplandescentes, branquíssimas e
iluminadas! Olhe para a coroa em sua cabeça: magnífica, cravada de jóias,
uma coroa de Rei! Olhe para os seus olhos, ternos e compassivos! E olhe para
os seus braços: estão abertos: Ele quer que você volte! Ele quer recebê-lo
de volta! Puxa, por que você não corre de novo para os braços dele?

Deixe de lado o que você usou para abandoná-lo. Largue o pecado. Abandone a
vida promíscua, o vício, as crendices e incredulidades, banhe-se nas águas
do arrependimento, e, humildemente, se achegue a Ele, dizendo: "Tem ainda um
lugarzinho pra mim em Seu coração, Senhor?" Tenho certeza de que Ele correrá
para os seus braços, abraçando-lhe afetuosamente, recebendo-o alegremente, e
limpando você de toda sujeira que trouxe.

Ele lhe viu. Ele lhe fez. Ele lhe quer ainda!

"Senhor, quantos que lêem esse texto, estão longes do teu caminho, vivendo
vidas distantes de ti. Ao invés de estarem aos teus pés, te servindo e
adorando, estão gastando a juventude em coisas de nenhum valor, que te
agridem e ferem! Quantos trocaram o culto pelos shows e inferninhos dos
palcos! Quantos trocaram a irmandade pelas gangues, a comunhão pela
excitação, a oração pela blasfêmia, a pureza pela imundice, a beleza pela
mediocridade, a vida pela morte! Quantos hoje não sabem o que é ter uma
relação de valor contigo, quantos não te amam, não te adoram, não te servem!
E eles estavam contigo, Senhor; eles faziam parte dos discípulos; mas, estão
perdidos e distantes agora. Pai Santo, em nome de Jesus Cristo, o teu filho,
desperta em seus corações um desejo intenso, insuportável, incurável, de
voltar aos pés da cruz, de purificar-se com o sangue do Cordeiro de Deus, de
beberem novamente da água da vida, e alimentarem-se do pão da vida! Traze-os
de volta, Senhor! Usa-nos, nós, os que também fomos resgatados, a resgatar
os que ainda estão perdidos. Toca-lhes! Infunde-lhes a fé! Convence-os do
pecado! Inflama-lhes o coração, enchendo-os de sede da Palavra de Deus! Faze
isso, Deus querido! Cada um de nós tem alguém em mente, mas sabemos que tu
conheces a todos. Toca em todos os que carecem. Em nome de Jesus. Amém."

Ele vê você agora, aí, neste momento, enquanto está lendo este texto. Foi
Ele quem me mandou escrever, e foi Ele quem fez a mensagem chegar até o seu
computador. Volte pra Jesus! Volte! Continue a obra que você fazia tão bem!
Comece outra vez!

Um abraço.

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
bnovas@uol.com.br
www.uniaonet.com/bnovas.htm

obs: envie esse texto para as pessoas que você anseia voltarem para o
Senhor. Quando escrevi, tinha alguém em mente, mas o Espírito de Deus sabe
que há muitos outros que se enquadram. Oh, Senhor, traz os desviados e
enfraquecidos, de volta para ti!
Se quiser compartilhar comigo o seu regresso, não titubeie: escreva-me.

17 - O TEMPO

(placa da Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP)
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A vida é tão curta, os dias são tão poucos, a existência é tão passageira, e
nós gastamos tão mal o nosso tempo! Ontem tínhamos 15 anos, hoje custamos
acreditar que temos 30! "O tempo não para", diria Cazuza, o triste poeta
brasileiro.

Temos tempo para trabalhar, para correr, para suar a camisa e ganhar o nosso
pão, tempo para tomar duas ou três conduções, para ficar no trânsito
congestionado das seis da tarde, mas não temos tempo para gastar com um
filho pequeno, no chão da sala, ou com a filha, que quer imitar a artista
preferida ou brincar de papinha.

Temos tempo para bater uma bola no domingo pela manhã, para freqüentar uma
academia de ginástica, treinar para a Corrida de São Silvestre ou alguma
maratona, tempo para usar a esteira elétrica na sala de casa, ou para passar
três horas no clube, com amigos, mas não temos tempo para ver o álbum de
fotos do casamento, cuidar do jardim da casa, ou simplesmente ouvir as
velhas histórias que a mamãe repete todos os dias, ou admirar um casal de
maritacas, namorando no fio da luz, na rua.

Temos tempo para assistir ao futebol da semana, o campeonato de basquete, a
corrida de Interlagos, a rodada do Brasileirão, o torneio da Libertadores da
América, mas não temos tempo para um jantar à luz de velas com o nosso amor,
ou uma ligação telefônica para um amigo que não vemos desde muito tempo, ou
ouvir velhas canções com alguns amigos do peito. Não nos sobra tempo para
comer um churro, passear na praça ou empinar uma pipa no parque. Nossa vida
é cinza, é cúbica, é uma sina sem alma.

Gastamos o final de semana com a arrumação da casa, o lavar das roupas, a
preparação do almoço ou festa do sábado à noite, investimos tudo na
preparação da prova e do concurso público que iremos prestar, ou viajamos
para o sítio ou praia, nos esquecendo completamente que temos igreja, temos
compromissos com Deus, no ouvir da Palavra, no uso dos dons, na comunhão e
adoração.

"Devieis fazer estas coisas, sem omitir aquelas", diria Jesus,
parafraseando-se, na afirmativa que faz em Mateus 23.23. Uma das partes do
fruto do Espírito (e não "frutos"), é o DOMÍNIO PRÓPRIO, a TEMPERANÇA, ou o
equilíbrio. Nem tanto ao mar, e nem tanto à terra. Saber dosar, saber usar,
saber viver, saber construir, saber descansar! Ser real não é ser máquina,
mas é ser gente!

Para cada um de nós o Senhor confiou o mesmo número de horas: 24 por dia. E
deu-nos a incumbência de usá-las bem, de forma construtiva e equilibrada, e
nos deu a regra áurea para a construção da agenda: "Buscai primeiro o Reino
de Deus e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas" (Mateus
6.33). A observância disto é que faz toda a diferença.

Há tempo para todas as coisas, mas em qualquer tempo, sob qualquer
circunstância, é tempo de estar no centro da vontade de Deus! E Deus quer
que gastemos tempo com o que vale à pena, com o que fica, com o que produz
fruto para a vida eterna, com o que deixa rastros, rastros de luz na estrada
da vida.

Trabalhemos muito. Sejamos honestos, responsáveis, estudiosos, prudentes.
Prosperemos na terra que o Senhor, nosso Deus, nos dá. Não sejamos
preguiçosos, semeemos em todo tempo.

Mas não percamos de vista as outras partes de nossa vida, mente e coração.
Invistamos numa vida de amizade leal ao Senhor. Gastemos tempo com a
família, os filhos, os netos, os amigos, vizinhos, colegas. Esses
interrelacionamentos fazem toda a diferença, numa existência. Ninguém
sentirá falta de uma máquina de atividades; porém, todos sentirão a falta de
um amigo, de um irmão, de um bom filho, de um influente companheiro. É
melhor deixar saudades, do que deixar castelos. Os castelos caem; a saudade
jamais.

E não nos esqueçamos que o Reino de Deus tem prioridade. Nada, absolutamente
nada, deve interpor-se entre nós e o Senhor. Conseqüentemente, a vida
devocional torna-se prioridade. Serviço a Deus na igreja torna-se
fundamental. Usar dons e talentos também. E compartilhar a salvação com os
não crentes igualmente.

Que tal começar agora, e dar uma olhadela pela janela? Hoje é um novo dia, o
céu está sorrindo para você. As flores desabrocharam e os pássaros fazem
festa junto à janela. Há um amigo esperando uma cartinha sua, ou uma amiga
aguardando um telefonema. Olha o computador ligado: por que não passar um
e-mail de bom dia a alguém? Há uma esposa em casa, ou trabalhando, que
ficaria muito grata com um gesto inusitado de amor, ou um filho esperando
uma palavra de incentivo. Há alguém a quem você pode ajudar, e hoje!
Anime-se: você ganhou muitas horas neste dia, e poderá construir um tempo
inesquecível! Cabe a você, como um aprendiz diante do Grande Arquiteto e
Soberano Senhor, construir uma vida altamente relevante e que valha à pena!

"Hoje é o dia que o Senhor nos deu; alegremo-nos e regozijemo-nos nele"
(Salmos 118.24)

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
bnovas@uol.com.br
www.uniaonet.com/bnovas.htm

16 - POSSO OU DEVO?

(homenagem à minha saudosa mãe Elzira Bonfante)


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Se me amais, guardareis
os meus mandamentos. (Jo 14:15)

Perguntei a um jovem: "como está a sua comunhão com Deus?" Ele me respondeu,
com ares de quem não sente a menor crise de consciência: "Não posso dizer
que vai bem, mas o básico eu faço: oro antes de dormir e leio um versículo
da bíblia, pelo menos". Pobre garoto! Engana-se a si mesmo! Tal relação
espiritual em muito se assemelha aos casais de namorados, com relacionamento
em estágio terminal: não há o que conversar, não há o que comentar, só se
pede, nada se dá, e a culpa é sempre do outro. Para o menino, Deus ainda
deveria estar muito contente de haver um rapaz que lê um "versiculosinho" ou
que faz uma "oraçãozinha-merreca" antes do ronco. É mais um jovem
evangélico, a demonstrar, de forma grotesca e rústica, a péssima qualidade
espiritual da igreja do século XXI.

Quando não há comunhão, a grande questão é: "até onde será que eu posso ir?
Posso beber? Posso fumar? Posso ficar? Posso transar? Quantas vezes eu posso
pedir perdão pelo mesmo pecado? Se ninguém ver, estará tudo bem? Será que
não é apenas preconceito, uso e costumes, questões culturais?" Aquele que
vive um estado espiritual meramente vegetativo, caça brechas, nas quais
possa enquadrar-se como alguém menos pecador do que realmente é. É a vontade
de auto-justificar-se à todo custo. Seu cristianismo é pura tradição.

Quando há comunhão, a questão é outra. Não se pergunta: "posso fazer isso?",
mas "devo fazer isso? Será que edifica? Será que é construtivo? Isso
beneficiará a mim e aos demais? Não será motivo de escândalo? E se um irmão
mais fraco me vir assim, estaria eu em paz comigo mesmo e com Deus? O que
quero está baseado no amor altruísta?" No coração do legítimo comungante, a
glória de Deus e a edificação do próximo vêm em primeiro lugar. O gosto
pessoal passa por esses crivos. E as decisões são baseadas nisso, mediante a
revelação contida nas Escrituras Sagradas. É a chamada "lei da liberdade em
amor", mencionada por Tiago, em sua epístola.

Para Cristo, quem o ama guarda os seus mandamentos. E quem não o ama, não
guarda. É simples, não? Alguns considerariam simplista, mas não é. Deus é um
ser definido. Não há morno, mas quente ou frio. Não há talvez, mas sim ou
não. Não há purgatório, mas céu ou inferno. Deus é tão claro e definido
como o código binário, da informática: ou é zero, ou é um. Não há dois ou
mais. Ou se está ligado, ou desligado. Ou se é salvo, ou se é perdido. Ou se
ajunta, ou se espalha. Ou se é à favor, ou se é contra. Ou se é fiel, ou se
é infiel. Ou se está certo, ou se está errado. Citando novamente os dizeres
do Senhor, ou se ama a Jesus, guardando os mandamentos, ou simplesmente não
se ama.

Você é do tipo que ama a Jesus? Ou nunca lhe passou pela cabeça que o amor,
desejado por Cristo, traduz-se em atitudes, não meramente em palavras? É
fácil demais nos escorarmos na justificação pela fé, mediante a graça do
Senhor. O difícil é entender e aceitar que essa graça, motivada pela fé que
ela nos outorga, produz indubitavelmente um fruto, e esse fruto se chama
obediência. Quem não obedece, ainda não experimentou, de fato, do amor de
Deus em sua vida. O Apóstolo Paulo diz: "o amor de Cristo nos constrange" II
Coríntios 5.14. Se o amor de Cristo não estiver a constranger o nosso
coração, então não houve salvação, nem justificação, nem regeneração, e
estamos perdidos.

E não se está falando aqui de perfeição. Nenhum de nós é perfeito. Nem um de
nós é isento de pecado. Todos tropeçamos e caímos. Infelizmente nós ainda
não alcançamos a perfeição, e nem a alcançaremos enquanto na Terra. Mas
falamos de comunhão: quanto mais próximos do Senhor, mais tocados e
transformados somos, e menos coisas erradas e egoístas praticaremos. Em
comunhão, subimos os degraus da santificação constantemente, e buscamos não
descê-los de novo. Vamos nos esquecendo do que fica para trás, e vamos
prosseguindo, sempre melhorando, sempre vislumbrando um comportamento mais
correto, mais santo, mais justo, mais perfeito. "Mas a vereda dos justos é
como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito."
(Pv 4:18). "Irmãos, quanto a mim, não julgo que haja alcançado a perfeição;
mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e
avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio
da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Fp 3:13-14)

Mas ainda pecamos, mesmo sendo crentes. Contudo, há uma diferença básica: os
que são regenerados pecam esporadicamente, vitimados pelas armadilhas da
carne, do mundo e de Satanás. E arrependem-se amargamente, logo após a
tragédia, seja ela grande ou pequena. O Espírito Santo nos convence do
pecado (João 16.8). Se somos do Senhor, não teremos paz de espírito em meio
ao erro. A consciência nos acusará, a vergonha nos corará, a tristeza do
Senhor nos enquadrará. Mas é para o nosso bem, "Porque a tristeza segundo
Deus opera arrependimento para a salvação" (2Co 7:10). Seu propósito é
disciplinar, para que não pequemos mais. Deus diz, em Primeira João: "Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo." (1Jo 2:1).
E, para fortalecimento maior da confiança que temos no Senhor, encontramos
também: "Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os ímpios
tropeçarão no mal." (Pv 24:16); "Ainda que caia, não ficará prostrado, pois
o Senhor o sustém com a sua mão." (Sl 37:24).

Mas os não-regenerados não se arrependem. Erram, zombam, brincam de enganar
a Deus manhã após manhã, e, não raras vezes, tentam enganar a si mesmos com
uma falsa comunhão, com uma "oraçãozinha-merreca" e um "versiculosinho" por
dia. Irmãos, definamo-nos diante de Deus! Saiamos de cima do muro, e
escolhamos hoje a quem queremos seguir! "Arrependei-vos, pois, e
convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os
tempos do refrigério pela presença do Senhor," (At 3:19). A vitória sobre o
pecado só é possível quando nos rendemos ao Senhor, e render-se significa
recebê-lo como Senhor e Salvador, de verdade, não só da boca para fora. Por
que não fazê-lo agora, aqui mesmo, neste momento?

Digamos, se for o nosso caso: "Senhor, perdoa-me, pois sou escravo do
pecado. Não consigo libertar-me e nem tenho vontade de libertar-me.
Ajuda-me, opera em meu coração, dá-me a fé e o arrependimento necessários,
e, com tua mão, segura bem a minha, conduzindo-me à regeneração pela fé em
Teu nome. Quero amar a Jesus, e, em decorrência disso, guardar os seus
mandamentos, demonstrando todo o meu amor. Por favor, atende-me. Em nome de
Jesus, amém".

Deus nos abençoe!

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
bnovas@uol.com.br

15 - QUE VERGONHA!


(foto de minha infância, com meu irmão Daniel)

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Eu iria compartilhar apenas com a família COMPARTILHANDO (lista de pastores
em comunhão, na internet), mas resolvi estender a tragédia, e compartilhar
com todo mundo.


Tomei conhecimento de que a esposa de um pastor americano, brasileira, iria
para o Pará, fazendo conexão em São Paulo. Então, como eu tinha umas
fotografias que lhe pertenciam, e como estava com saudades, resolvi marcar
com ela, e esperá-la em Guarulhos, para um café e oração. Só que o seu vôo
chegaria às 6:05 da manhã, e, como sei das constantes mudanças de horário,
resolvi chegar uma hora e pouco mais cedo, garantindo o encontro.

Nem dormi. Fiquei a escrever até umas três, e aprontei-me. Daqui até
Guarulhos são 45 quilômetros, mas, sem trânsito, a coisa anda bem.
Estacionei e peguei meu ticket.

Fui ao painel eletrônico, e vi que o vôo Delta de Atlanta chegaria mesmo às
6:05, então fui "enrolar" um pouco. Quando o horário chegou, o painel
mostrou que o avião havia pousado. Os passageiros iriam descer pelo portão
1. Então não haveria erro. Se não houvesse nenhum problema ou orientação
diferente, ela teria que sair por ali.

O povo começou a sair. Mães a reencontrar filhos, maridos a abraçar esposas,
motoristas a levar funcionários, amigos se reencontrando, como é rico o
portão de desembarque de um aeroporto! Quantas histórias não estão
acontecendo naquele momento mágico, momento do reencontro?

Bem, o povo saiu, e o pessoal de Paris começou a sair. A irmã não apareceu.
Pensei: "Ah, deve ter sido pega na alfândega. Devem estar desmanchando suas
malas, porque suas lembrancinhas pra família excederam. Tudo bem, é já que
aparece". O relógio marcou 7 da manhã, e nada da irmã aparecer.

Comecei a ficar aflito. As pernas já cansavam. Deixei para tomar café com
ela, e estava me sentindo fraco (estou de regime). Quando chegou às 7:30 hs,
desesperei-me. Pensei: "será que ela saiu por uma porta especial? Bom,
deveria ter ligado para o meu celular". Esperei até às 8. Subi e fui
perguntar à INFRAERO. Eles não podiam dar-me a lista de passageiros. Corri
para o portão e vi que não havia mais ninguém. Às 8:30 hs eu realmente
estava cansado. Cansado e poderosamente enfurecido.

"Mas não é possível! Que falta de consideração dessa irmã! Poxa, se iria vir
em outro vôo, alguém poderia ter me avisado, não é mesmo? Agora eu fico
aqui, a pensar mil coisas, se ela realmente está bem, se virá no próximo
vôo. Isso não se faz!" Liguei para casa e minha mãe falou: "filho, deve ser
o furacão". Aquilo amenizou um pouco, mas não tirou a minha braveza.

Paguei o estacionamento e, com muito custo, deixei o portão, ainda na
expectativa de que ela por ali saísse. Que nada! Fui embora cuspindo fogo.
Ao chegar no carro, fui tirar os papéis que trouxe, com os números do vôo.
Estava lá, tudo marcadinho. Mas... espere um pouco.... O que é isso?

VÔO DELTA .... ATLANTA TO GUARULHOS 01/SET/2005....


"Meu Deus, hoje ainda é 31 DE AGOSTO! Eu vim um dia antes!" Que mico!!!! O
vôo só iria chegar no dia seguinte! Eu pensei que já era 1 de setembro,
porque não lembrei que agosto tinha 31 dias! E lá estava eu, de alegre,
pagando um mico danado, esperando quem não iria chegar de jeito nenhum!

Fiquei com vergonha até de voltar pra casa. Pensei: "Meu Deus, que burro que
fui! Vai ver é a idade dos "ENTA" chegando!" Esperei-a no dia errado! Essa
foi de lascar!

Mas, com isso, reavaliei a minha postura. Eu prejulguei-a. Eu a acusei de
não ter me avisado, de não ter tido consideração, e também ao pessoal de lá,
por não me avisar da mudança de planos! E o errado era eu! Já pensou?
Acusei-a, e ela era inocente! Ah, como Cristo advertiu-nos sobre o juízo
temerário! Falou-nos que seremos julgados, com a medida do nosso próprio
julgamento! Somos tão orgulhosos! Muitas vezes não damos o braço a torcer,
mesmo descobrindo, no processo, de que somos os errados da história! E tudo
isso poderia ser evitado por um simples pedido de "perdão!". Se fôssemos
humildes, reconheceríamos nossos erros, e diríamos "puxa, eu errei. Eu
cometi uma falha grave, mas conto com sua compreensão". Muitos casamentos,
muitas amizades, muitos empregos, muitas igrejas, não sofreriam tanto, se
soubéssemos dar o braço a torcer. Agora, quando vir a irmã, vou pedir perdão
a ela, explicando-lhe o porquê. Sinto que devo fazê-lo.

E, para terminar, isso mostrou-me novamente que, não adianta ter fé em
alguma coisa, se essa coisa não estiver certa. Eu cria piamente que ela
estava naquele vôo, mas a minha fé não valera de nada, pois ela não estava.
A nossa fé deve ser baseada no que é certo, no que é concreto, no que é
revelado pelas Escrituras Sagradas. Não adianta as religiões nos prometerem
caminhos múltiplos para Deus, maneiras mil para sermos felizes e abençoados.
Se procurarmos a Deus fora de Cristo, que afirmou categoricamente ser "O
caminho, A verdade e A Vida", não chegaremos ao Pai, por mais que o
busquemos. A fé é fundamento firme, mas baseada na verdade. Foi Jesus quem
afirmou: "Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade" (João 17.17).
A fé na mentira é o mesmo que esperar a irmã descer do avião no qual não
embarcou. No final teremos apenas frustrações. Vamos crer só na verdade!

E agora com licença, que vou cochilar, porque, daqui há pouco, vou
recepcionar a irmã no aeroporto. Ah, mas dessa vez na hora certa, e no dia
certo. (só não vi direito em que ano seria a viagem....Será que é 2005
mesmo? Vou conferir... ai, ai, ai...)


Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
bnovas@uol.com.br

em tempo: um susto antes de pregar (mesa de som com o som nas alturas)
http://br.youtube.com/watch?v=-ZDBy0SNhBE

14 - O FIM VEM!

(dia em que preguei pela primeira vez na CBESP, década de 90)
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Nova Orleans debaixo d'água, após um furacão arrasador, que destroçou
milhares de moradias, varreu bairros e trouxe a ficção à realidade nua e
crua. Os americanos contam seus mortos, choram por suas famílias, e vêm a
fúria e a força dos incontroláveis ventos e da natureza.

Portugal em chamas. As vegetações dos arredores de Coimbra e região, ardem
como o inferno, numa temperatura de centenas de graus Celsius, incandescendo
casas, ruas, árvores, animais e sítios, numa patética cena de catástrofe. As
chamas ardem e arrasam as florestas e lavouras da Espanha também, e
mobilizam bombeiros de toda a Europa.

A Alemanha e a Áustria vêm suas cidades e vilarejos arrasados com
tempestades imensas, chuvas torrenciais, que transbordam rios e córregos, e
imergem lugares inteiros. Roteiros históricos, pontos turísticos, fazendas,
plantações, tudo se destrói, com a fúria das águas, dos ventos e das
tempestades.

Na China os tufões varrem a costa, levando tristeza e desespero a todas as
províncias daquela nação hiperpopulosa. Ao mesmo tempo, nunca se viu na
Índia, chuvas, ventos, tempestades e tragédias climáticas tão gigantescas e
profundas. Aviões enormes, com centenas de passageiros, estão caindo em
todos os continentes, alguns por motivos ainda inexplicáveis, ceifando vidas
preciosas.

No Polo Sul uma grande geleira se descola do bloco maior, devido ao
derretimento das calotas, que já assusta até os mais céticos e incrédulos
políticos populistas, que teimam em não fazer nada para deter o buraco na
camada de ozônio. A Sibéria, local mais gelado da Rússia, está derretendo,
aumentando grau por grau a sua temperatura. Longe de ser uma bênção, isso
representa o desastre de toda a Europa, pois o equilíbrio se quebrou, e o
mar subirá com águas avassaladoras.

No Brasil o inverno chega a 40 graus centígrados no Rio de Janeiro, e todo o
sudeste está assando, como se estivesse no auge e apogeu do verão. No sul do
país, antes conhecido pelo clima moderado e controlado, agora é palco dos
tornados americanos, e vê cidades varridas do mapa, em ventos que descem a
200 quilômetros por hora, e que, em 1 minuto, colocam o mundo em pânico. Os
meteorolistas prenunciam um grande "ciclone" para hoje e amanhã, com ameaça
às vidas dos sulistas; um termo apenas diferente na intensidade para a outra
palavra, que dói e faz arrepiar: F U R A C Ã O !!!

Atenção: isto não é ficção! Não se trata de estórias de suspense! Estamos
falando dos fatos que estão acontecendo HOJE, AQUI, AGORA, EM PLENO AGOSTO
DE 2005!!!!

O Planeta Terra cambaleia como um ébrio. Até o mais extremista cético ateu
reconhece que o homem conseguiu destruir o equilíbrio do sistema, e teme
pela grande catástrofe apocalíptica. " De todo cambaleará a terra como o
ébrio, e será movida e removida como a choça de noite; e a sua transgressão
se agravará sobre ela, e cairá, e nunca mais se levantará." (Is 24:20)

Os sinais anunciam, como anjos com seus clarins, que a era da Grande
Tribulação está próxima. Mesmo os amilenistas ou pós-milenistas temem pela
situação. "E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra
angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas." (Lc
21:25). Curiosamente, o México está experimentando a maior onda de aparições
de discos voadores de toda a história do mundo, com centenas e milhares de
OVNIS todos os dias. A ONU geme e padece, com a iminente explosão de bombas
atômicas pelo mundo, que já estão nas mãos dos terroristas e dos extremistas
religiosos, e não consegue controlar a corrida armamentista. Na África,
Niger e outros países padecem com a fome extrema, que ceifa milhares num só
dia.

Em todo o mundo acendem-se os sinais amarelos, atenção e perplexidade em
extremo. "E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e
pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu."
(Lc 21:11)

O Dia do Juízo se aproxima, e se faz notar nos quatro ventos da Terra. É
hora de alerta, estamos começando a ÚLTIMA HORA!

Ó terra,
terra, terra!
Ouve
a palavra
do Senhor.
(Jr 22:29)


Povo de Deus: é tempo de trabalhar, de anunciar este Evangelho do Reino,
para salvar o maior número de pessoas possível; pois o fim está próximo. Que
sejamos encontrados lavados, limpos, vigilantes, sóbrios, santificados, em
oração, com a Palavra de Deus no coração, em comunhão com nossas igrejas, e
semeando incansavelmente a mensagem de Cristo, pelo rádio, televisão,
internet, jornais, revistas, folhetos, praças públicas, púlpitos, igrejas,
parques, enfim, onde houver gente, que ali se saiba que SÓ JESUS CRISTO
SALVA, e que só Ele dá a vida eterna!

"O tempo está
cumprido,
e o reino
de Deus está
próximo.
Arrependei-vos,
e crede
no evangelho."
(Mc 1:15)

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
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bnovas@uol.com.br

13 - MEU TIO AFONSO

(Tio Afonso, no dia em que nos visitou pela última vez)
--------------
Quatorze anos se passaram, desde que o meu velho pai morreu. Com sua morte,
os familiares dele afastaram-se de nós. Não eram muitos, mas cada um seguiu
seu rumo. Entre eles, o meu tio Afonso Paulino de Araújo (da foto).

Sexta-feira passada fui surpreendido por sua visita. Que alegria! Sua
aparência me lembrou papai. Que saudade! Estava bem disposto, disse ter se
tornado evangélico, que iria casar-se na igreja, mesmo tendo feito seu
compromisso no cartório. Estava feliz, muito feliz! Aplicava 3 injeções de
insulina por dia, tratava-se no INCOR, andava com um relojinho na cinta,
para marcar quantos quilômetros andara, enfim, sentia-se realizado.

Contou-nos sobre o quanto o INCOR era bom: dava passagens de ônibus para
quem não tinha. Ele não precisava, porque a identidade e a carteirinha de
idoso eram suficientes para os ônibus que tomava. Contou-nos que agora tinha
tocador de CD, e que guardava ainda muitos discos de vinil. Ele apreciava
muitíssimo as músicas rurais e instrumentais.

Ofereci-me para fazer um CD com músicas que ele gostava, e coloquei também
algumas gravações de 1974, com a voz do meu pai, da mãe dele, dos irmãos
dele. Ele almoçou conosco, conversou, alegremente. E, quando entreguei-lhe o
CD, quis pagar-me de qualquer jeito. Claro que não cobrei. Ele despediu-se,
com um ósculo na face de cada um e seguiu o seu caminho.

Seguiu para nunca mais voltar.

Ele morreu.

Passou o final de semana feliz, dizendo de sua alegria em ter reencontrado
os parentes do seu irmão, e tocando o CD várias vezes. No domingo, tomou o
seu banho e colocou a sua bermuda. Sentou-se na cama e morreu.

Meu tio Afonso Paulino de Araújo partiu. Ontem ele foi sepultado.

Veio aqui só para despedir-se. Claro, ele não sabia. Mas foi tão diferente
essa visita, tão inusitada, tão fora dos padrões! E tão agradável! Mais
parecia um adeus derradeiro, de quem está partindo sem saber!

A nossa vida é tão passageira, tão surpreendente!

A nossa vida é curta! Diz a Escritura: "Pois todos os nossos dias vão
passando na tua indignação; passamos os nossos anos como um conto que se
conta." (Sl 90:9)

O nosso tempo de peregrinação é muito pequeno: "Quanto ao homem, os seus
dias são como a erva, como a flor do campo assim floresce." (Sl 103:15)

As coisas que temos em nosso nome, que chamamos "nossas", ficam, e não as
levamos conosco. Foi essa a admoestação do Senhor, em sua parábola: "Mas
Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens
preparado, para quem será? "(Lc 12:20)

As coisas reais, que seguem conosco, não cabem no bolso. Cabem no coração.
"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele
procedem as fontes da vida." (Pv 4:23)

Por isso, se quisermos ser ricos, devemos trabalhar pelos bens atemporais,
muito mais do que pelos da terra: "E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe
disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e
terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me." (Mc 10:21)

Que bom que o meu tio Afonso deixou saudades. Afinal, é isso que ensina a
bíblia: "E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a
vontade de Deus permanece para sempre." (1Jo 2:17)

Que Deus nos dê a graça de sermos, igualmente, bênçãos em vida, e prontos
para o grande encontro. "...Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o
teu Deus." (Am 4:12)

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
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post-scriptum:

Dos que ele visitou, uma também partiu no mesmo ano: mamãe, Elzira Bonfante.
"Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos. " (Sl 116:15); "E
ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que
desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos
seus trabalhos, e as suas obras os seguem." (Ap 14:13)

12 - MÁGOA

(mocidade da Igreja Batista em Sumarezinho,
no acampamento Jovens em Cristo, 1982)
---------------
Maria e Mhirtes são da mesma igreja. São até amigas, não das mais chegadas,
mas se respeitam e até sorriem. Contudo, ao final de um culto, por causa de
um automóvel estacionado, elas brigam. Uma bloqueou o estacionamento da
outra, e então começam um grande bate-boca na porta da igreja. A turma do
"deixa-disso" aparece, e dissipa o foco de briga. Após o evento, juntam-se
uns com Maria, apoiando-a, e outros com Mhirtes, confortando-a.

O tempo passa e ambas fazem de conta que nada aconteceu. "Os incomodados que
se mudem", e esperam que a outra vá embora da igreja. O pastor, contudo,
espera que ambas se reconciliem. O tempo passa rápido. Três meses.

"Maria, não vai mais falar com Mhirtes?" "Deus me livre, pastor. Não quero
nem papo, nem olhar pra ela". "Maria, não é assim que devemos fazer.
Precisamos perdoar as ofensas, foi isso que o Mestre nos ensinou em Sua
palavra". "Ah, pastor, eu ainda não cheguei nesse capítulo..." E os dias
correm.

Chega a Ceia do Senhor. Aliás, mais uma Ceia, onde ambas, bicudas, iriam
rejeitar o cálice e o pão. Mas, antes da celebração, chamei Maria e
disse-lhe: "Maria, hoje é o dia de dormir o sono dos justos!" "Como assim,
pastor?" "Hoje você deve perdoar como também foi perdoada, e acolher, como
também foi acolhida". "Mas ela me rejeitará, pastor!" Então eu digo: "E daí?
Que importa para você? O problema não será mais seu!"

Começa a Ceia. Dou a oportunidade para que os magoados e os magoadores,
busquem as pessoas prejudicadas ou prejudicantes, e que dêem o abraço
silencioso do perdão dado ou recebido. Começamos o canto do hino "Pão da
Vida, Pão dos Céus". Maria se levanta, cabisbaixa, vermelha, sem vontade,
mas obedecendo às instruções de Cristo, e busca Mhirtes, e a abraça. Mhirtes
sequer olha para Maria, mas a abraça, para não ficar feio diante dos outros.

Ao final, Maria me procura: "Pastor, Mhirtes nem me acolheu!" "E daí, Maria?
Você fez a sua parte! O problema não é mais seu, mas dela! Agora vamos orar
para ela também abrir a alma e o coração. Quanto a você, durma hoje o sono
dos justos" Maria sorriu e saiu. A impressão que tive é que ela flutuava, de
tão leve!

Isso não é ficção. Isso é fato, acontecido em meu ministério, apenas troquei
os nomes. E não é antigo. Infelizmente, cenas como essa existem aos montões,
pelas igrejas afora. Quantos de nós já não fomos protagonistas numa delas?
Quantos não fomos as vítimas, ou, pior ainda, não fomos os réus?

Gosto da Ceia do Senhor por isto: porque ela nos obriga a acertar as contas.
Do contrário, se deixarmos de participar, estaremos em pecado (examine-se o
homem, e COMA DO PÃO, diz I Coríntios 11.28). E, se participarmos
indignamente, seremos réus e poderemos adoecer e até morrer (vide o mesmo
capítulo). Não temos alternativa: a única que nos resta é consertar. Pois no
Reino de Deus não há espaço para a cara feia e para a mágoa. Nem para a raiz
de amargura e a inimizade. Essas coisas não devem existir e nem serem
nomeadas entre nós.

Se o seu coração está magoado, desmagoe-o, perdoando. Pense assim: "Toda vez
que eu me lembrar do que você fez, também vou me lembrar que perdoei você".
E viva feliz, desintoxicado do ódio, da mágoa e da dor!

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
bnovas@uol.com.br
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11 - DEVO AO MEU DEUS

(Em frente ao nosso antigo apartamento de praia, em Gonzaguinha,
São Vicente, 1985)
------------------
Tudo isto eu devo a Deus.

Se eu tenho saúde, se os meus olhos enxergam, se consigo falar, ouvir,
cheirar e me locomover; se os meus ossos são saudáveis e o meu apetite
normal; se a minha digestão é tranqüila e os meus rins e intestino
funcionam, devo isso ao meu Deus.

Se nasci num lar razoável, se tive um pai e uma mãe; se não me faltou um
teto onde abrigar-me, e se tive um café todas as manhãs; se tive uma
bicicleta para brincar com o meu pai e com os amigos, ou se pude freqüentar
uma escola e ser alfabetizado, devo isso ao meu Deus.

Se consegui desenvolver-me no saber, completando o primário, ginásio,
colégio, os atuais ensinos básico e médio, se pude completar um vestibular e
estudar numa faculdade; se tive professores que me orientaram com sabedoria
e se a minha inteligência funcionou adequadamente, devo isso ao meu Deus.

Se consegui trabalhar desde cedo, aprendendo a dar valor àquilo que se
ganha; se tive que suar a camisa e vencer as difíceis conduções da cidade
grande, pegando ônibus e trens lotados; se almocei muitas vezes no OSMAR (OS
MARMITEIROS...), se comi um PF(prato feito/comercial) todos os dias da
semana; se economizei para poder comprar roupas ou me preparar melhor; se
fiz horas extras para completar o orçamento, se cursei algo que me fez
galgar degraus profissionais, devo isso ao meu Deus.

Se encontrei um grande amor, se pude ser correspondido e se o nosso
relacionamento vingou; se nós noivamos e nos casamos e, mesmo com
dificuldades, estabelecemos uma família; se pude ser pai e ver meus rebentos
brincando saudáveis; se conseguimos sobreviver numa época tão difícil e
ainda houve tempo para um passeio na praça ou uma sessão de cinema no
shopping, devo isso ao meu Deus.

Se o meu coração amoleceu-se ante a mensagem do Evangelho, se eu cri em
Jesus Cristo, se eu me arrependi dos meus próprios pecados e decidi seguir a
Jesus; se eu aceitei ser batizado e comprometi-me com o exercício dos dons e
talentos que o Espírito Santo me deu; se eu pude levar alguém aos pés do
Salvador e outras pessoas se inspiraram em minha vida, devo isso ao meu
Deus.

Se tive forças para enfrentar as provações e as dificuldades, as doenças e a
morte de pessoas a quem eu amava; se eu consegui superar as minhas
incapacidades, e tornar-me vencedor em cada uma de minhas limitações; se eu
consegui consolar-me de um amor perdido ou de um sonho desvanecido, se
consegui erguer a cabeça, sacudir a poeira e dar a volta por cima, devo isso
ao meu Deus.

Se tudo isso eu devo ao meu Deus, como é que vou viver cheio de orgulho,
pensando que eu de mim sou alguma coisa, que sou melhor do que os outros,
que sou mais importante que alguém, que fama, dinheiro e poder têm alguma
coisa a ver com uma capacidade puramente inata? Se o Senhor não estivesse ao
meu lado, me concedendo força, sabedoria, oportunidade e portas abertas, eu
não seria nada, nem teria nada.

Israel passou à seco pelo Mar Vermelho, coisa que só pôde fazer porque Deus
abriu o mar. Eles comeram por quarenta anos o Pão dos Céus, no meio do
areião do deserto, e isso foi milagre do Senhor; caso contrário, estariam
todos servindo de pó para o vento. Quando conquistaram Jericó, o fizeram no
grito, e bem sabemos que Deus fez o resto, isto é, 99% da batalha; se
dependessem de seus gritos, teriam estourado as cordas vocais e sido
massacrados pelo inimigo. Gideão ganhou a batalha com 300 homens sem
espadas, e Samaria teve comida da noite para o dia, nos tempos de Eliseu.

Então pra quê ser orgulhoso? Por que ser pedante? Pra quê ter queixo
erguido? Por que mudar o meu jeito, tornando-me metido e cheio de mim mesmo?
Tudo o que tenho, tudo o que sou, tudo o que sinto, tudo o que planejo e
tudo o que realizo, tudo isso eu devo ao meu Deus! Então, que eu seja
humilde o bastante para reconhecer que nada vem de mim, tudo vem dEle, e que
a maneira mais bonita de agradecer por tudo que tenho, é estendendo a mão,
sorrindo para o próximo, sendo humilde para com todos, gentil e cordato,
educado e cavalheiro, correto e magnânimo, simpático e carinhoso, consagrado
e caridoso.

Afinal, se eu sou um ser vivo, e se existo, até isso devo ao meu Deus.

Obrigado, meu Deus!

Wagner Antonio de Araújo
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10 - DUAS SACOLAS

(Em New York, em 1996)
------------
O crente deve munir-se sempre de duas boas sacolas. Deve andar com elas na
mente, no coração. Não precisa carregá-las nas mãos, porque de nada
adiantariam. Essas sacolas são simbólicas, não materiais. Mas, que devem
existir, ah, se devem!

Uma delas é furada. Sim, não tem fundo. Não está estragada não; ela foi
feita para não ter fundo. A outra é completa, com fundo.

Na sacola furada nós devemos guardar tudo o que nos magoa; tudo o que não
presta; todas as afrontas e injustiças que cometeram conosco; todas as más
recordações; todas as lágrimas que derramamos por dores e amarguras. Essa
sacola é uma bênção. Nós colocamos tudo ali, em grandes quantidades, e a
sacola nunca fica cheia! É ali que devem ser guardadas as discussões e as
brigas que tivemos. Ali também devem estar as humilhações a que nos
submeteram, as críticas que recebemos, as decepções que sofremos. É por isso
que a bíblia diz: "Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e
de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se
contaminem." (Hb 12:15)

Já na outra sacola, a completa, devemos guardar outras coisas. Devemos
guardar os amigos. Devemos guardar as alegrias e as coisas boas que nos
acontecem. Devemos guardar os jantares em família, os passeios e as festas
alegres. É ali que devemos guardar as coisas boas que nos marcam, para nunca
sermos ingratos com quem quer que seja. Ela é o depositário das boas
memórias. Nessa sacola deve ficar o primeiro encontro, o primeiro beijo, o
dia da conversão e batismo, o passeio e o intercâmbio da igreja, a
formatura, o noivado e o casamento, o nascimento do primeiro filho, o dia da
promoção, o dia em que a sogra cozinhou bem (...brincadeirinha...), enfim,
as coisas que dão alegria e contentamento à vida. É nesse sentido que as
Escrituras afirmam: "Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua
mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas
a dizer: Não tenho neles contentamento" (Ec 12:1)

Somos tão mesquinhos e mal-direcionados, que custamos a aprender em que
sacola guardar o que! Geralmente invertemos as memórias: guardamos o que não
presta num cofre com sete chaves, de onde nunca sai, e, com isso criamos
grandes tristezas e dissabores para as nossas vidas, amizades e futuro; e
armazenamos as coisas boas na sacola furada, esquecendo-nos com a maior
facilidade de cada uma delas! É incrível! Se, há quinze anos atrás, alguém
nos respondeu torto, com ira, basta olharmos para o seu rosto, e nos
lembramos com detalhes daquele dia. Mas, àquele que nos sorriu ante-ontem,
com carinho e consideração, simplesmente nos esquecemos!

Jogamos fora uma amizade de dez anos, com páginas incríveis de demonstrações
de carinho e consideração, por causa de uma única desavença!

Como diria Tiago, "Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. (Tg 3:10)

Vamos organizar as nossas memórias. As coisas boas devem ir para a sacola
completa. As ruins para a sacola furada.

Veremos como é gostoso ser feliz!


Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
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09 - NIGER

(eu e Daniel em Bertioga, SP, 1986)
-------------------
" Então o Presidente Lula reuniu-se com o Mercosul e disse: 'Companheiros e
companheiras, vamos mostrar a força da América Latina, ajudando a salvar
Niger da fome, a que dois milhões e meio de pessoas foram submetidos. Vamos,
cada um de nós, doar um milhão de dólares, pois a ONU precisa de 30 milhões.
A nossa maior guerra é contra a fome'.

A Argentina não quis ficar aquém do Brasil: decidiu doar 2 milhões. O Brasil
pouco ligou, porque sempre costuma vingar-se num bom jogo de futebol. Hugo
Chavez, com seu ar de ditador da América do Sul, desejou aparecer como o
"benfeitor", e levou o seu país a doar 3 milhões de dólares.

Contabilizadas as doações, a América do Sul conseguiu uma quantia de 19
milhões de dólares. O dinheiro, que viraria farinha nas mãos dos políticos,
foi doado diretamente às mãos dos MÉDICOS SEM FRONTEIRAS, que sabiam muito
bem como empregá-lo, comprando comida, remédios, barracas, saneamento. E
salvando a maior quantidade de vidas que pudessem, já que a situação atual
beira a que vitimou a Etiópia, na década de 80.

Porém, o mais bonito disso tudo foi o que Bush fez. Acostumado a pedir
verbas nas casas dos bilhões, para bombardear o Iraque, o Afeganistão e
outros lugares, em nome da Liberdade, ele participou de um culto matinal, na
Casa Branca, e, enquanto orava, juntamente com os seus auxiliares diretos,
sentiu Deus tocar-lhe o coração para que fizesse um ato humanitário em nome
da Liberdade: doar 30 milhões de dólares integralmente. E foi o que fez:
ligou para o departamento federal, que cuida do dinheiro para guerras, e
direcionou os poucos 30 milhões (num universo de bilhões), diretamente para
Niger. Já era um bom começo para eles, e era tudo o que Niger precisava!

Os responsáveis, ao receberem 52 milhões das Américas (contando a doação de
3 milhões da América Central), estavam terminando de contar os 28 milhões,
doados pela Europa, e, assim, o volume de dinheiro foi tão grande, e estava
em tão boas mãos, mãos de quem se doa para salvar vidas, que um terço disso
foi enviado à Palestina, para a construção de escolas e clubes para as
crianças sobreviventes da Intifada, e o restante do excesso foi para um
projeto de irrigação do nordeste brasileiro, não para irrigar fazendas ou os
esquemas de mesadas e "mensalões", mas para irrigar o sertão do pobre
camponês.

Que coisa linda! Niguer apareceu em todos os canais, com crianças lindas,
vestidas com vestes coloridas africanas, e um sorriso nos lábios. A
Palestina decidiu deixar as crianças viverem, e desfrutarem da vida, dom de
Deus. E o camponês nordestino plantou a sua mandioca, o seu feijão e o seu
milho, e não precisou vir pro Sudeste para fugir da fome, mas apenas para
passear!

E assim, aquele foi um dos tempos em que a humanidade deu ares de que
guardava um pouquinho da imagem de Deus em seu coração....


===========.....

Ah, quanta ficção! Tudo o que escrevi é imaginação! Quem pode imaginar Lula,
Nestor ou Chavez, a América Latina, Central e do Norte, ou a Europa,
levantando fundos dessa monta, simplesmente para ... SALVAR VIDAS? Ainda se
fosse para um projeto de "liberdade", para um "acordo de paz", para uma
ponte, ligando o nada a lugar nenhum, poderia ser. Mas, pra salvar crianças
africanas cheias de mosquitos, crianças que não rendem votos ou não
movimentam a máquina bélica mundial, de jeito nenhum...

Infelizmente o secretário para esse assunto, na ONU, não conseguiu nem um
terço do mínimo indispensável para socorrer quem já estava morrendo de fome.
Que dirá o resto!

Oremos por este mundo, que jaz no maligno e que já está julgado.

Senhor, socorre as nossas crianças!


apenas para fins de informação:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u85934.shtml
20/07/2005 - 22h53
ONU alerta sobre a grave crise alimentar no Níger
da EFE

A ONU (Organização das Nações Unidas) alertou nesta quarta-feira sobre a
grave crise alimentar no Níger --onde 2,5 milhões de pessoas vivem com menos
de uma refeição por dia-- e pediu que a comunidade internacional ofereça
ajuda financeira imediata.
Em um comunicado, o subsecretário para Assuntos Humanitários da ONU, Jean
Egeland, considerou o Níger "a principal situação de emergência esquecida
pelo mundo", e alertou que a situação pode piorar.
Egeland pediu que a comunidade efetive suas contribuições às solicitações
para ajuda de emergência, que diversas agências da ONU fizeram na semana
passada para arrecadar US$ 30 milhões.
Em maio passado, a ONU pediu US$ 16 milhões para os países doadores, mas até
o momento os governos se comprometeram contribuir com US$ 10 milhões,
segundo o órgão.
Caso não haja uma ajuda imediata, o Escritório para a Coordenação de
Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) calcula que 250 mil pessoas podem morrer
no país africano.
A França se comprometeu nesta quarta-feira a transportar 70 toneladas de
milho do Chade ao Níger a partir do próximo sábado (23), para contribuir no
combate à fome no Níger.
O ministro de Cooperação Internacional do Canadá, Aileen Carroll, também
anunciou que doará US$ 1 milhão ao Programa Mundial de Alimentos (PMA) para
a luta contra a fome no país africano.

observação importante:
formatação recebida através da lista "CANTINHO GOSPEL", pela internauta
CAITE CATITA ,
, na mensagem O VESTIDO DO AMOR. Com o meu pedido de permissão, tomo
emprestado a beleza e a ternura da artista.

08 - DE QUEM É O PROBLEMA?

(Praia de Pernambuco, Guarujá, SP, 1984)
-------
Se você odiar, de quem será o problema? O problema será só seu, tenha
certeza. O seu ódio não afetará o objeto do seu ódio. Só você será afetado.
O ódio não vem de Deus. "Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu
irmão, até agora está em trevas." (1Jo 2:9). E quanto ao inimigo? "Portanto,
se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de
beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça."
(Rm 12:20). Sei que é muito difícil. Mas quem disse que seria fácil? Somente
com Cristo seremos capazes, pois é Ele mesmo quem diz: "...porque sem mim
nada podeis fazer. (Jo 15:5)

Se você desejar o mal, o problema será só seu, porque o mal não apenas não
afetará a outra pessoa, como voltará dobrado contra você! Não raras vezes,
queremos que o inimigo se esfacele, se arrebente nas pedras, não é mesmo? E
ainda dizemos: "Pesa a mão, Jesus!". Mas não é bem isso que encontramos nas
Escrituras! "Quando cair o teu inimigo, não te alegres, nem se regozije o
teu coração quando ele tropeçar; (Pv 24:17). O mal dos outros não deve ser a
nossa alegria. Tudo o que você desejar, voltará pra você. Cristo mandou que
os seus discípulos desejassem paz nas casas onde se hospedassem. Caso a casa
não fosse digna daquela paz, a paz voltaria para os discípulos! O mal também
volta, caso os alvos do seu ódio não sejam dignos desse sentimento. Se a paz
voltava, voltava dobrado. O mal também volta, e com juros. Portanto, é o que
Jesus quis dizer quando afirmou: "Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu
corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão
grandes serão tais trevas!" (Mt 6:23)
Se você ficar magoado, o problema será só seu, porque, além de não ter o
problema resolvido, ganhará uma porção de outros, como úlceras, gastrites,
depressões emocionais, obesidade, e até infartos do miocárdio. A mágoa
intoxica a você e destrói sua vontade de viver. "Toda a amargura, e ira, e
cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós."
(Ef 4:31). Não deve haver espaço para a mágoa em nossa mente e coração.
"Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma
raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem."
(Hb 12:15). É por causa da mágoa que grandes amizades se destróem, igrejas
se degeneram, missões fracassam, e famílias se dividem. Além disso, pensamos
que a mágoa faz o outro sofrer. Mas não faz não. Ela faz a gente sofrer. E
sofremos pra cachorro! Fora com a mágoa! O remédio para a mágoa é o perdão.

Se você ficar indignado, o problema será só seu, porque a indignação pura e
simples impede uma ação razoável e aceitável. Indignar-se e reagir
positivamente, é uma coisa. Indignar-se só pelo gosto de contestar, de falar
contra, de ficar nervoso, é que é o problema. De que adianta? Quando vivemos
indignados, estragamos o nosso dia, o ambiente onde estamos, e deixamos de
ser agradecidos! Ao final, de que valeu? De nada! "O que não tem remédio,
remediado está!". E, se ainda tem remédio, ao invés de ficarmos resmungando,
vamos pegar vassoura e água, e limpar o estrago! Se assim agirmos,
experimentaremos uma situação de paz inimaginável! "E a paz de Deus, para a
qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede
agradecidos." (Cl 3:15). Com tristeza disse o profeta: "Porque assim diz o
Senhor Deus, o Santo de Israel: Voltando e descansando sereis salvos; no
sossego e na confiança estaria a vossa força, mas não quisestes." (Is
30:15). Bom, se para eles não dá mais, para nós ainda dá! "Eis o tempo
aceitável, eis agora o dia da salvação" II Co 6.2

MAS - e sempre há um MAS, aleluia! -, se você for feliz, amoroso, perdoador,
receptor só das coisas boas, a bênção será de todos, porque é bom demais
estar perto de alguém em bom estado interior! Seja uma bênção!

Para terminar, quero citar Letícia Thompson, em sua bela poesia "Construa
Sonhos", citada por Meire Michelin (lista Em Nome do Amor):

Viver é tirar proveito dos momentos que
nos são ofertados,
é sentir prazer neles,
é o suspiro que vem do âmago e que
não sabemos explicar.
Viver é amar a própria vida do jeito que
ela se oferece e se isso não nos satisfaz,
ainda é possível colocar um colorido aqui
ou lá de vez em quando se colocamos um
pouco de boa-vontade.


Wagner Antonio de Araújo
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07 - UM ANJO PARA MAY

(meu pai comigo e com o Daniel, 1973)
-----------------
Sim, esse era o título do filme. Um filme muito bonito. Um garoto está
vivendo um drama, com a mãe divorciada, e apaixonada pelo professor dele.
Para espairecer, o garoto se refugia nos escombros de uma casa abandonada.
Ao encostar-se na parede, cai do outro lado, mas em 1941. Nem ele sabe
porque está lá, nem eles sabem quem é ele. Mas é a mesma casa, ainda em
perfeitas condições. Sua presença ali é tão benfazeja, que consegue
socializar uma menina refugiada que por lá vivia. Entretanto, queria ir
embora, e aproveita mais uma vez a abertura do portal na parede. Retornando
ao presente, procura saber quem foram aquelas pessoas. Descobre que morreram
bombardeadas cinco dias, depois que ele voltou. Sua luta por voltar ao
passado novamente, para avisá-los, e o que encontra, e, depois, como
conseguiu deixar tudo no presente, é o fascínio do filme.

Ah, quem nos dera fosse possível viajar no tempo e consertar o que estivesse
estragado em nossa história, não é mesmo? Sou um dos apaixonados por
"Jornada nas Estrelas", e do seu teletransportador, bem como da viagem pelo
tempo. Mas todos nós sabemos que isso é apenas ficção. Ao menos "ainda". O
Professor António Teotónio, da Universidade de Coimbra, contava-me sobre a
experiência feita com dois aviões supersônicos, que deram a volta pelo
planeta, no mesmo número de horas, mas no sentido inverso. O que deu a volta
ao contrário, voltou com o relógio atrasado! Bem, mas isso é assunto para a
física.

Nós, os pobres mortais, convivemos com uma certeza: "O que é, já foi; e o
que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou." (Ec 3:15). O
poeta Cazuza dizia "o tempo não para". Sim. O tempo é implacável. Lulu
Santos, outro poeta musical, diz: "Nada do que foi será do mesmo jeito que
já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará..."

Não temos a possibilidade de voltar e consertar. Quem nos dera! Porém, só
temos uma vida, e temos que vivê-la sem retrocessos ou regravações. Um
capítulo mal vivido não poderá ser desfeito e desgravado. O que passou,
passou mesmo, e faz parte de nossa história. E, infelizmente, nossas vidas
são cheias desses desacertos, desses tropeços, e, não raras vezes, das más
escolhas que fizemos.

Temos alternativas? Sim, mas desde que contemplem o hoje, visando um futuro
melhor. O passado é imutável, não está mais ao nosso dispor. A própria
conversão a Cristo não contempla a mudança no passado, mas no presente e
para o futuro: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (2Co 5:17). O que
passou, passou, já foi, não muda mais. Diz-nos a bíblia: "Porque noutro
tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz
"(Ef 5:8). Deus opera em nós, transformando-nos a partir do que somos, e no
lugar onde estamos.

E o que fazer do nosso passado? O que será feito dos nossos pecados? "E
jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades." (Hb 10:17).
Aleluia! Podemos escrever uma nova história, à partir de hoje, neste
instante! Um novo amor, um novo trabalho, um novo bairro, uma nova cidade,
um novo princípio, um novo sonho, tudo pode ser renovado, pela graça do
Senhor!

Ou então podemos levar uma vida mórbida, aprisionados por um passado que não
volta nunca mais, e perdermos o resto das nossas vidas. Não vejo nisso
qualquer vantagem. A vida é um dom divino, e precisamos aproveitar cada
instante, cada momento, e torná-la o melhor possível, não apenas para nós,
mas à serviço do próximo, do Reino e de Deus! "Ensinando-nos que,
renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste
presente século sóbria, e justa, e piamente," (Tt 2:12)

Para terminar, gostaria de citar trechos de uma linda poesia, de Madre
Tereza de Calcutá, citado num e-mail de Juliana Almeida:

"Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns amigos
verdadeiros. Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo. Seja honesto e
franco assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para
outra. Construa assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja. Seja feliz assim
mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. Dê o
melhor de você assim mesmo.
Veja você que, no final de tudo, será você ... e Deus. E não você ... e as
pessoas!

Wagner Antonio de Araújo
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06 - A MELHOR HORA

(Daniel e eu, 1973)
--------------
A melhor hora para orar é quando não se tem vontade. Sim, porque é a hora em
que mais precisamos! A falta de vontade orar é semelhante à falta de vontade
comer, por parte do doente enfraquecido: quanto menos come, menos fome tem.
E nós sabemos que, se ele não se alimentar, irá morrer! A oração, para o
crente, é gênero de primeira necessidade! Diz a bíblia: "Orai sem cessar."
(1Ts 5:17). A bíblia não fala para orarmos só quando temos vontade.
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o
conhecerá?" (Jr 17:9) Se dermos ouvidos à vontade, não oraremos nunca! Mas,
boas notícias: é só começar, que a sede de comunhão volta! "Assim como o
cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó
Deus!" (Sl 42:1)

A melhor hora para se ler a bíblia é quando não se quer lê-la. Sim, porque é
quando mais precisamos dela! Não estou dizendo para você parar o trabalho
que está fazendo (olha o chefe vendo você ler essa crônica...), nem deixar
de dirigir o automóvel no meio da estrada. Estou dizendo que não se deve
obedecer à vontade, mas fazer força e ler as Escrituras! "Lâmpada para os
meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho." (Sl 119:105). Sem bíblia,
fatalmente tomaremos decisões erradas, e trocaremos o "melhor" pelo "apenas
regular", ou até pelo "ruim"! "Escondi a tua palavra no meu coração, para eu
não pecar contra ti." (Sl 119:11) Para que isso aconteça, necessário se faz
conhecer a bíblia! Não há crescimento sem bíblia! Já viu um bebê crescer sem
comer? Aqui também funciona o "começômetro": começa-se ler, gosta-se, e
continua mais e mais! Faça prova! Por isso o salmista disse, sobre o homem
abençoado: "Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de
dia e de noite." (Sl 1:2)

E ir à igreja? Às vezes é tão cansativo! Tem dia que é um fardo pesado, não
é mesmo? Eu já me senti altamente desmotivado a ir. Depois paguei o pato,
tendo uma semana "amarela", sem graça e sem cor, e uma profunda dor na
consciência, por ter me privado da adoração, da comunhão, da pregação, do
ofertório, etc. Quando a gente volta, no outro fim de semana, parece que
passou uma década, está tudo meio diferente! Eu aprendi que, quando eu menos
querer ir, é justamente a hora em que eu mais precisarei congregar com meus
irmãos e adorar a Deus em comunidade! "Não deixando a nossa congregação,
como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto
mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia." (Hb 10:25). A igreja
funciona como um grande recarregador de baterias, suprindo grande parte do
nosso desgaste. "Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união."
(Sl 133:1). É na hora da fraqueza que nos fortalecemos no convívio!
"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes
na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor" (1Co
15:58). Se a sua igreja for sadia (boa doutrina, razoável comunhão, boa
ética), você sairá de lá fortalecido! E se convencerá que, faça chuva ou
faça sol, igreja é prioridade em sua agenda. E sem ninguém obrigar!

Agora é hora. Bom, pra maioria que me lê, é hora de trabalhar. Mas, já, já é
hora do almoço. Dê uma orada, pegue a sua bíblia, e dê uma lida, alguns
minutinhos! Dá tempo sim! Você vai ganhar a tarde. E como se diz por aqui,
podes crer, mano!

Wagner Antonio de Araújo
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05 - AGORA AGÜENTE...


(eu em 1968, na praia, com minha mãe e parentes)




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Se tem algo de que não gosto é que o meu carro seja fechado por outro
motorista que não sinaliza com a seta. Meu Jesus, me sobe um fogo consumidor
vingativo, só contido quando o novo homem, a nova natureza que o Senhor
implantou em mim na minha conversão, toma conta das emoções, e diz: "Calma,
Saraiva, olha o domínio próprio!" Não sei qual a relação que há entre um
acelerador e a seta, mas sei que, toda vez que sinalizo ultrapassar pela
esquerda, o motorista de trás, que estava tranqüilo, faz questão de acelerar
e me impedir. Você já notou isso? Acontece com você também? Acho que é
geral! Isso vale uma tese de mestrado!

Contudo, duro mesmo é quando VOCÊ tem que ser o réu, isto é, quando acontece
o que me aconteceu no último final de semana: queimou a seta do meu velho
Astra 95! Eu não queria dar o carro na mão de outro eletricista, então
decidi aguardar a segunda-feira e ficar com o carro sem seta durante o
domingo. Que barbaridade! Antes tivesse consertado no sábado mesmo!

Entrar na frente dos outros sem sinalizar, fazer conversões sem acender a
luzinha da seta, foi um martírio pra mim! A impressão que dava é que um
montão de outros "eus" estavam olhando raivosos para mim, apontando os
dedos, a dizer: "você me fechou, seu barbeiro!" E eu me imaginava pedindo
desculpas, explicando a situação... Mas não encontrei ninguém assim, a
cobrar uma justificativa. Quando passava próximo de outros motoristas, eu
quase me abaixava, de vergonha! Por causa de uma seta! Então pensei: será
que eu não envergonhei alguém também, que, por um infortúnio do carro, não
podia dar seta, e eu não compreendi? "Um dia da caça, outro do caçador, meu
bem". Agora agüente..."

Criticar é fácil. Temos dedos fáceis nas mãos, aptos para acusar sem
piedade. O difícil é sermos acusados e não devermos! Como é difícil ficar do
outro lado da mesa, ouvir, ao invés de falar; ficar sem graça, ao invés de
deixar sem graça; ser punido, ao invés de punir, ou de ser injustiçado...

Cristo nos disse: "Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não
sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão." (Lc 6:37). Acredito que,
conquanto o meu sangue tenha fervido em outras ocasiões, fui absolvido pela
Providência, porque ninguém me incomodou, a não ser a minha consciência!
Ufa! Já é o bastante! E a culpa nem minha era!

Coloquei-me no lugar de pessoas que são duramente acusadas, e sem provas!
Pessoas que perdem o emprego, por causa de difamações impiedosas! Pensei nas
esposas ou maridos, vítimas de maledicência, que têm seus relacionamentos
abalados, por causa de pessoas infames e maldosas, semeadores de contendas.
Aliás, Provérbios 6-16:25 fala de seis coisas odiadas pelo Senhor, e a
sétima, abominada por Ele :"..., A testemunha falsa que profere mentiras, e
o que semeia contendas entre irmãos." Deus odeia esse tipo de língua! Esse
não é o "dom de línguas", mas "o dom de linguarudo", cujo espírito
inspirador vem dos quintos dos infernos! Deus nos livre! "Ô bicho ruim"!

Antes de condenar, procuremos encontrar razões justificatórias plausíveis,
porque, algum dia, nós é que iremos precisar de misericórdia, e, se não
tratamos com ela em relação aos outros, será bom nos prepararmos para o
pior... Diz a bíblia: "Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que
não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo." (Tg 2:13). Vamos
lá! Ser um pouco condecendente não vai matar a nenhum de nós! E tem
promessas bíblicas para esse tipo de bondade: "Dai, e ser-vos-á dado; boa
medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço;
porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo." (Lc
6:38)

Bom, espero que ninguém fique preocupado comigo ao volante: a seta do carro
já foi consertada, e o motorista é crente! Ô, glória!

Wagner Antonio de Araújo
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04 - PEREIRA E PEDRO

(minha mãe e eu na igreja, em 1998)
-----------------
Há dias em que estamos tão felizes, que damos "bom dia" até pra poste. Em
outros, ai dos cachorros que cruzarem os nossos caminhos, não é mesmo? Damos
chutes pra todo lado! Nós somos assim. E isso não é questão de ter ou não
ter dinheiro; é uma questão interior! Já dizia o velho Salomão: "O coração
alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate." (Pv
15:13)

Eu me lembro do seu Pereira. Ele era o entregador de crachás na entrada do
BCN do Edifício Andraus, no centro de São Paulo, onde eu trabalhava. Ele era
apenas um recepcionista, de baixo salário e sem perspectiva de crescimento
na carreira. Estava assim há anos. Mas nos recebia com um sorriso tão
benéfico, tão gentil, que alegrava e enriquecia o nosso dia! E um detalhe:
ele tinha um dos braços ressequido!

Também me lembro do Pedro. Êta, Pedrão! Era boy, foi promovido a porteiro.
Isso em Alphaville, em Barueri, onde também trabalhei. De cabeça baixa,
lendo revista, a gente passava e pegava o crachá. Se não estivesse no lugar,
perguntávamos a ele. Sem levantar a cabeça, e com voz incomodada, ele
esbravejava: "Veja aí na caixa, pô" E sequer verificava quem era. Um rapaz
azedo. Torcíamos para não ter problemas, porque senão, era triste.

Todos temos um pouco dos dois, dentro de nós. Ora estamos bem, e funcionamos
como ímã: todos querem ficar junto de nós. Só falta darmos autógrafos!
Outras vezes, ninguém nos procura, e sequer querem sentar-se do nosso lado.
Pensamos até que o nosso desodorante venceu, ou o nosso hálito está
acebolado demais! Conseguimos a façanha de afastar a todos!

Em quaisquer circunstâncias, devemos saber que Deus continua a nos amar
intensamente, sem sombra de variação. Ele não muda! "Se formos infiéis, ele
permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo." (2Tm 2:13). Deus não nos ama
pelo que nós fizemos a Ele, mas pelo que Cristo, o Seu Filho, fez por nós
("Nós o amamos porque ele nos amou primeiro." (1Jo 4:19). Ai de nós, se Deus
nos tratasse por merecimentos! Seríamos carvões ambulantes, cinzas
caminhantes! "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos
consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;" (Lm 3:22)

Quando estivermos de mau humor, o melhor a fazer é parar, entender que não
podemos acrescentar um fio de cabelo em nossa cabeça, ou aumentar um côvado
à nossa estatura. Ser realistas é o remédio. "O que não tem remédio,
remediado está". Há outras coisas que podem ser mudadas, seja por dedicação
nossa, seja por transformação, seja por milagre. Para essas, uma boa dose de
esperança, faz o dia amanhecer mais claro! Diz a bíblia: "A paciência traz a
experiência, e a experiência a esperança." (Rm 5:4)

Ninguém tem o poder de estragar o nosso dia, se nós não quisermos. Para
tanto, não devemos deixar a cabeça ao léo, vagando em besteiras. Já diziam
os antigos que "mente vazia, oficina do Diabo". Não vamos correr o risco.
Vamos encher nossos pensamentos de coisas boas! Devemos nos ligar nas coisas
do Alto, onde Cristo está assentado à direita do Pai (conforme Tiago 1.17).

Atentemos para a ordem divina, e transformemos os nossos dias ruins, em dias
bem melhores: "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o
que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso
pensai." (Fp 4:8)

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03 - O BANCO DE TRÁS

(Pastor Timofei e eu, 1985)
------------------
Você já reparou que, na igreja, os bancos preferidos são os de trás? O povo
vai chegando, vai povoando, vai tomando conta da bancada traseira. Os bancos
da frente ficam vazios, ou com o povo costumeiro. E a ladainha é sempre a
mesma: o dirigente toma a palavra, e faz a convocação: "convidamos os irmãos
que estão mais atrás, que assumam os lugares mais à frente, por favor". Uns
poucos vão. Outros, continuam em seus lugares. "Daqui ninguém me tira. Quero
ver!", é o que parece que alguns pensam.

E por que esse gosto, esse prazer pelos bancos de trás?

Bom, penso eu que há várias razões.

Há aqueles que estão loucos para ir embora. Já chegam pensando em sair! Até
rádio de pilha, em dias de jogo, trazem! Claro, com fone de ouvido. O duro é
quando seus times fazem um gol. Me lembro num culto, um espertalhão desses
ouviu no rádio o seu time fazer gol. Não agüentou a alegria, e ia gritar
"GOOOLLLL!!!". Mas, no meio do grito, lembrou-se de que estava na igreja.
Então não teve dúvidas: adaptou o seu grito e saiu: "GOOLLLOORIAAAA!!!!" Que
vergonha... Sim, e quanto mais atrás, mais fácil pra sair. Incomoda menos
gente, está mais perto da porta, não entala na hora da saída, com aquele
mundarel de gente cumprimentando o pastor ou os irmãos. Tem gente que está
só de corpo presente, quando muito!

Também tem "a turma do fundão". É. Lembra-se daquela galera do fundo da
classe, lá na escola, que ficava arremedando o professor, fazendo piadinha
de tudo que via, ou namorando, jogando aviãozinho de papel e passando
recadinho? Essa galera está também em muitos fundões do templo. É a moçada
que parece ter coceira, não para quieta, e o fundão é menos visível aos
olhos do chato do pastor. Até que alguém dá uma risada mais alta, e um
diácono chega pra por fim à festa...

Há aqueles que estão procurando respeitar o preceito bíblico, de tomar os
últimos lugares. Jesus ensinou a não nos sentarmos nos primeiros bancos,
conforme Lucas 14.8. Bem, quando somos visitantes, tudo bem, pois bem pode
ser que estejam nos esperando, e logo virão nos buscar. Ou que tenham
assentos reservados para outros, e, se os tomarmos, passaremos vergonha,
deixando-os. Mas quando somos prata da casa, e esperamos que sempre alguém
venha nos dizer "oh, irmão, sentadinho aí atrás? Venha mais pra frente!",
ah, isso é ser mimado demais. Na verdade, somos dengosos, e sentar-se atrás
é uma maneira de fazer o povo ficar com dó da gente, nos tratar com cuidado.
Tadinho dele, tão sozinho, né, bebê?

Também tem o time dos "do contra". Quanto mais se pede para vir à frente,
mais eles vão para trás. É incrível! Acho que, num ambiente assim, é melhor
inverter o lado do púlpito de surpresa, e celebrar o culto de trás pra
frente, porque será a única forma de ter esses fujões nos bancos da frente!
(eu já fiz isso. E alguns adolescentes disseram: "xi, cara, sujou, o pastor
pegou pesado. Deu zica...")

Mas há um grupo que não deve ser ignorado. É o daqueles que estão buscando
um pouco de privacidade na sua adoração a Deus. O ambiente está tão cheio de
vozerios, de conversas, ensaios, bateção de bateria, objetos sendo
carregados, famílias encontrando-se nos corredores, que não há muito espaço
para alguém sentar-se, orar, refletir. Então, buscam aqueles assentos lá no
canto, na ponta, bem afastados, para poder ficar bem sozinhos. Isto é,
sozinhos com Deus. É triste, mas muitos templos não fazem por merecer o
título. Seriam anfiteatros, sala de reuniões, mercado de produtos
evangélicos, ponto de encontro de amigos, menos sala de oração. Como nos faz
falta um ambiente de oração e reflexão! Então as pessoas buscam as pontas,
um lugarzinho sossegado. Até que chega alguém e pede para ir mais para
frente...

Hoje eu fui pregar fora. Imaginem onde me sentei? No banco de trás...


Wagner Antonio de Araújo
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02 - QUAL O SABOR DO SEU E-MAIL?

(Milú, mamãe, eu e meu pai, 1985)
-------------
Ué! E e-mail tem sabor? Ah, tem sim! Quando abro a minha caixa postal, e dou
uma olhada nos remetentes que me entupiram a caixa de entradas, posso sentir
o sabor de muitos deles, porque, de certa forma, já sei qual será o tema de
suas palavras. Outros, contudo, são desconhecidos, e tenho que degustá-los
antes.

Quais são os sabores dos e-mails?

DOCES - Aqueles que nos dirigem palavras boas, agradáveis, dóceis, éticas.
Dá gosto ler esses e-mails. Eles são como brigadeiros de festa, ou sorvete
na sobremesa. A gente come e tem vontade de repetir!

AMARGOS - São tais quais alosna, ou queijo misturado com soro: um fel
danado! Tudo o que dizem é "tudo vai mal, tudo está ruim, não tem mais
jeito, ninguém presta, não confio em ninguém, etc". Esses e-mails dão-me
azia. Fazem mal à saúde. Geralmente, se eu não estiver prevenido, estragam
um pouco o meu humor.

SALGADOS - Há e-mails salgados demais. São aqueles que não perdoam; acusam
sem dó nem piedade. Não apenas acusam, mas formam verdadeiras CPIs contra os
acusados, sejam eles pessoas ou ideologias. Nossa, ao lê-los, pensamos que o
mundo caiu, que uma revolução estourou, ou que a última trombeta já tocou!
Passamos a crer que há uma conspiração por trás de tudo, e que não há mais
qualquer esperança. Você já recebeu algum e-mail assim?

PICANTES - Ah, esses e-mails picantes! Chegam sorrateiros, quietinhos, e,
quando os abrimos, tomamos aquele susto: é pimenta pura! Acendem as chamas
até dentro de uma tina dágua! Alguns são eróticos, e-mails não solicitados,
invasão de nossa privacidade. Outros, insinuantes, fazendo-nos desconfiar da
fé, das atitudes, das pessoas, da moral. Outros são álbuns fotográficos
desmoralizadores, muitos construídos num photoshop de luxo, jogando na lama
na moral de alguém. E é interessante: nosso velho "eu" aprecia isso,
enquanto nosso "novo homem" rejeita. Uma provocação e tanto!

ESTRAGADOS - Xiii..., tem também aqueles e-mails que estão estragados,
putrefados, já em fase de decomposição. Eles chegam a nós em forma de
correntes, fotos de meninas cobertas de chagas, correntes mirabolantes de
sucesso financeiro, etc. Alguns são heresias travestidas de coisas tão
justas e perfeitas, tão aceitáveis, e que, se praticadas, nos levarão para
tão distantes do Criador! Esses e-mails são, muitas vezes os mais
bonitinhos. Entretanto, assim como um caldeirão de feijoada brilhante, mas
estragada, assim é um e-mail estragado: os efeitos são devastadores!

ACEBOLADOS - Esses são os e-mails à la mexicanos. "Oh, Carlos Daniel, ó,
Maria Quitéria!" E choram, e choram... Como dizem os gibis, "chuif.." Eu
mesmo sou autor de alguns assim. E quem não gosta de uma cebolinha, de vez
em quando? Sem esses temperos, a vida ficaria sem graça. Como ouvi num
filme, dias atrás, "O amor pode não mover o mundo, mas dá sentido à vida". E
é verdade. Estórias ou histórias de amor, ou testemunhos de vitórias, ou
ilustrações construtivas, fazem bem à alma e apetecem o paladar de cada um
de nós.

INSOSSOS - Esses, nos dizeres do caboclo, "nem fedem, nem cheiram". Chegam
mortos, vão pro lixo mortos. São aqueles cheios de números, cheios de
informações riquíssimas, mas de nenhuma utilidade. São aqueles que não
solicitamos, e que nos são enviados mesmo assim. E-mails indiferentes, que
podem ser interessantes para tantos, mas que não fazem a menor diferença
para nós. Coisas do tipo: o tamanho da barba de Arão, quantas vezes se abre
os olhos por dia, o papel da poeira dentro do mecanismo de um relógio, ou
coisas assim.

A vida seria chata, se tudo fosse doce. A heterogeneidade dos sabores é que
dá sentido a uma refeição farta, exceto daquilo que é estragado.

E este e-mail, de que gosto é? E o seu, de que gosto será? Crie a sua
própria classificação, e divirta-se com sua conta de correio eletrônico!


Wagner Antonio de Araújo
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